Tornei-me aluno do Programa! O que posso fazer para ajudar?

Primeiramente, parabéns! É um privilégio poder estudar e se qualificar em um instituição como a UFG e o CEPAE. Aproveite! 

No entanto, há uma série de orientações que você pode seguir, no intuito de melhorar a qualidade do nosso programa de pós-graduação e também intensificar a contribuição dele para o que, de fato, importa: melhorar a qualidade da educação escolar brasileira.

Baseados no documento de área de CAPEs e nos documentos de avaliação quadrienal, todos disponíveis em: http://capes.gov.br/component/content/article/44-avaliacao/4670-ensino, elencamos alguns pontos que o pós-graduando deve levar em consideração, seja enquanto aluno do Programa, seja como egresso.

 

1. O que pesquisar? 

Nosso programa é em "Ensino na Educação Básica" e nossa área é o Ensino. Assim, precisamos ter em mente que

“os Programas da Área de Ensino focam as pesquisas e produções em Ensino de determinado conteúdo, buscando interlocução com as Áreas geradoras dos conhecimentos a serem ensinados. É característica específica – e das mais importantes - da Área de Ensino, o foco na integração entre conteúdo disciplinar e conhecimento pedagógico ou o que se denomina pedagogias do conteúdo. Os PPG da Área têm como objeto a mediação do conhecimento em espaços formais e não formais de ensino e, como principal objetivo, o processo de formação de mestres e doutores através da construção de conhecimento científico sobre este processo e sobre fatores de caráter micro e macro estrutural que nele interferem. A Área de Ensino é, portanto, uma Área essencialmente de pesquisa translacional, que busca construir pontes entre conhecimentos acadêmicos gerados em educação e ensino, para sua aplicação em produtos e processos educativos na sociedade.” 

Desse modo, antes de tudo, pense com clareza sobre o seu objeto de estudos e sobre a contribuição de sua pesquisa para o ensino, para a educação escolar. Por isso mesmo, desde o início, é preciso levar em consideração o produto educacional de sua pesquisa.

 

2. Produto educacional

Nos Programas de Mestrado Profissionais, como o nosso, é obrigatória a geração de um produto educacional, como requisito para a obtenção do título de mestre. A  dissertação deve, assim, estar focada no estudo, criação, aplicação, avaliação e análise desse produto. O produto não deve ser um anexo ou capítulo "à parte" da dissertação. Na verdade, o produto deve ser o "coração" da dissertação.  

De modo geral, o pós-graduando deve desenvolver

"um processo ou produto educativo e utilizá-lo em condições reais de sala de aula ou de espaços não-formais ou informais de ensino, em formato artesanal ou em protótipo. Esse produto pode ser, por exemplo, uma sequencia didática, um aplicativo computacional, um jogo, um vídeo, um conjunto de vídeo-aulas, um equipamento, uma exposição etc. O trabalho final deve incluir necessariamente o relato fundamentado desta experiência, no qual o produto educacional desenvolvido é parte integrante" (BRASIL, 2013, p.24-25).

Mas, o que é pode ser considerado como produto educacional? 

A tipologia usada para classificação e avaliação dos produtos é a seguinte: "mídias educacionais; protótipos educacionais e materiais para atividades experimentais; propostas de ensino; material textual; materiais interativos; atividades de extensão e desenvolvimento de aplicativos."

Alguns cuidados devem ser tomados a fim de que seu produto tenha alguma validade. A CAPES utiliza 4 parâmetros para avaliar o seu produto: 

"(1) Validação Obrigatória do produto por comitês ad hoc, órgão de fomento ou banca de dissertação;

(2) Registro do Produto, que expressa sua vinculação a um sistema de informações em âmbito nacional ou internacional, como por exemplo, ISBN, ISSN, ANCINE, Registro de Domínio, Certificado de Registro Autoral, Registro ou Averbação na Biblioteca Nacional, além de registros de patentes e marcas submetidos ao INPI;

(3) Utilização nos sistemas de educação, saúde, cultura ou CT&I, que expressa o demandante ou o público alvo dos produtos, e

(4) Acesso livre (on line) em redes fechadas ou abertas, nacionais ou internacionais, especialmente em repositórios vinculados a Instituições Nacionais, Internacionais, Universidades, ou domínios do governo na esfera local, regional, ou federal. Exemplos de repositórios são: Portal do Professor, Banco Internacional de Objetos Educacionais, Vérsila Biblioteca Digital, Arca (Fiocruz), RIVED, LabVirt (USP), Multimeios, Escola Digital, Biblioteca Digital de Ciências (Unicamp), ChemCollective (USA), ITSON (Mexico), JORUM (UK), entre outros"

Por fim, é importante dizer que em todo registro dos produtos feitos deve constar o nome do estudante, do orientador, do programa de pós-graduação e da instituição. Sem essa vinculação, até mesmo no caso de alunos egressos, o produto não  é contado como oriundo do Programa de Pos-Graduação e, dessa forma, é desconsiderado em sua avaliação, prejudicando a nota do programa.

 

3. Tempo de conclusão

De acordo com o Art. 2º  da RESOLUÇÃO – CEPEC Nº 1471, de 2017, "O Programa de Pós-Graduação em Ensino na Educação Básica tem com os demais Programas da UFG" , dentre outros, o seguinte aspecto comum: ": (...) duração mínima de dezoito (18) meses e máxima de trinta (30) meses para cursos de Mestrado Profissional, admitindo-se, em caso de excepcionalidade, que a defesa no curso possa se dar em menor tempo, a critério da Coordenadoria do Programa".

 

4. Produção Intelectual

Além da produção bibliográfica (artigos, livros e trabalhos completos em Anais de Eventos), os Programas da área de Ensino também dão atenção para a Produção Educacional (Técnica), como o desenvolvimento de materiais e processos educacionais, cursos de curta duração e atividades de extensão relacionadas às práticas docentes.

Assim, uma medida do desempenho do programa, feita pela CAPES, se dá pela verificação da coautoria entre discentes e docentes e também entre docentes.

São avaliadas "produções  de maior qualidade, como artigos publicados em periódicos bem avaliados pelo Qualis, livros e capítulos de livros, produção educacional e trabalhos completos em eventos, todos qualificados nos melhores estratos na Área. A qualidade das teses e dissertações é avaliada, principalmente, segundo os produtos que geram com a participação discente explícita".

Por essa razão, recomendamos que tanto o estudante das turmas em andamento, como os egressos, mantenham seu lattes sempre atualizado e preocupem-se em publicar em parceria com seus orientandos. Para fins de avaliação do Programa, além da produção dos discentes atuais, considera-se a produção gerada por "egressos até cinco anos após a conclusão do curso, sempre que caracterizados como frutos de suas teses ou dissertações". Ou seja, outra vez aqui a identificação do Programa, do orientador e da instituição são indispensáveis. 

"Além disso, considera-se a participação discente em eventos científicos relevante para o contato com a comunidade, troca de experiências, estabelecimento de colaborações, ajustes no desenvolvimento do projeto de pesquisa, entre outros fatores. A coautoria discente na produção qualificada, além de ser um indicador de qualidade dos recursos humanos formados pelo Programa, contribui para a inserção do egresso no mercado de trabalho. Um dos resultados mais nobres de um programa de Pósgraduação é transformar a vida dos seus titulados, abrindo-lhes novas perspectivas neste mercado. O destino dos egressos, por conseguinte, é um item da avaliação dos programas de Pós-Graduação."

Nossa recomendação é que cada estudante, junto com seu orientador, insira em seu cronograma, desde o início, a previsão de eventos que irá participar, revistas para as quais pretenda enviar artigos e também a previsão dos produtos a serem gerados e sua forma de divulgação, publicação, acesso, etc. 

 

5. Inserção social

Esse é outro quesito da avaliação dos programas, a inserção social, conceituada em termos de impacto educacional e social.

"Aqui deve ser incluído o impacto dos egressos, mantidos nesse status de “egresso” por 5 anos após a titulação no Programa. Deve-se diferenciar bem que a inserção social não se refere à produção, mas a ações na sociedade, tais como: cursos e projetos de extensão, cursos de aperfeiçoamento, especialização e atualização; feiras de ciência, gincanas, atividades não formais; construção / execução de políticas públicas; redução do gasto público e benefício direto a população ou organização de sociedade. Particularmente importante será a orientação de onde e como explicitar tais itens na plataforma Lattes e sua correspondente integração na plataforma Sucupira. A inserção social dos trabalhos desenvolvidos pelos egressos deve ser considerada." 

 

Contamos com a colaboração de todos a fim de que todos nós alcancemos uma formação de qualidade.